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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

Viajaremos no tempo, caçaremos vampiros e lobisomens, enfrentaremos marcianos, viajaremos até à lua, conheceremos super-heróis e muito mais.

AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


terça-feira, 29 de novembro de 2016

Defenders - Indefensible





Quem seguiu as aventuras da Liga da Justiça a partir de meados dos anos 80, após a Crise nas Terras Infinitas, o evento que remodelou o multiverso da DC, está familiarizado com o trabalho de um certo trio...

Keith Giffen, J.M. DeMateis e Kevin Maguire.

Rompendo com a seriedade que era emblema das aventuras dessa equipa, os membros desse grupo (acompanhados de outros cúmplices) recriaram a Liga num registo muito mais ligeiro, com humor muitas vezes absurdo embora sem deixar de manter uma dimensão... pode dizer-se épica, mesmo, de grandes aventuras, mas sem se levarem demasiado a sério.

Enquanto faziam com que a Liga enfrentasse ameaças mortais como o Homem Cinzento, também criaram epopeias como a da Liga da Justiça da Antártida ou das saídas à noite, para ir para a farra, dos membros alienígenas da Liga (J'onn, Gnort e Kilowogg, estou-vos a ver!). Ah, não esquecendo que apresentaram ao Martian Manhunter as bolachas Oreo.
Anos mais tarde, ainda tiveram uma mini comeback tour na forma das mini-séries "Formerly Known as Justice League" e "I Can't Believe It's Not The Justice League".

Podia estender-me por essas façanhas fora, mas não é disso que quero falar aqui hoje.

Em 2005, a gangue reuniu-se para dar um tratamento semelhante não a outro grupo da DC, mas a um da Marvel.

Neste caso, o "não grupo" dos Defensores (ou Defenders, como preferirem). Para evitar confusão com o grupo homónimo que irá ter em breve uma série na Netflix, e para quem não sabe e tem preguiça de googlar, passo a explicar:

Os Defensores são uma espécie de grupo informal (ou seja, não tem o estatuto de grupo fixo como os Vingadores ou os X-Men), normalmente composto por membros "à parte" (para não chamar "marginais"), sendo o núcleo duro o Dr. Estranho, o Hulk, o Namor e o Surfista Prateado.
Reunindo-se essencialmente apenas em momentos de crise que assim o exigiam, juntavam-se com alguma animosidade, despachavam a ameaça e seguiam as suas vidas.

As relações entre o grupo nunca foram grande coisa...

Confesso que as poucas aventuras que vi com eles foram em histórias do Hulk dos anos 90, e efectivamente querelavam um bocado entre si.

...como de resto fica bem claro nestes diálogos. Acompanhados
do traço super-expressivo de Maguire, valem ouro.

Chega 2005, e eis que o trio de criadores acima mencionados os reúne mais uma vez, desta feita para enfrentar a ameaça conjunta de Dormammu (arqui-inimigo do Dr. Estranho) e a sua irmã, Umar.
Os reúne, por assim dizer, já que para começar, o Surfista nem sequer se junta aos outros, passando toda a história numa praia a filosofar com surfistas desmiolados estereotípicos e não chega a fazer a ponta dum chavelho.

Yep, o "quarto mosqueteiro" está lá just for show.


Já os outros 3 passam as passas do Algarve a enfrentar o outro duo, sendo que Dormammu consegue roubar os poderes de Eternidade, tornando-se omnipotente e recriando a realidade, com versões retorcidas dos heróis Marvel (algumas bem interessantes), incluindo o próprio Dr. Estranho. Manipulado, é claro, pela irmã (que se entretém a ter sexo com o Hulk e a ameaçar Banner que o mata se não se transformar, algo que não consegue porque ficou demasiado relaxado). Eventualmente, acaba por perder o controlo graças aos artifícios de Estranho e o universo é salvo.

Na realidade, a série pouco impacto tem em termos de cânone, sendo totalmente autocontida e não tendo impacto em outras histórias. No entanto, é um exercício divertido de quezílias entre heróis (muitas!), humor um bocado parvo (reconheço, não é para todos - muita gente não gostou de ver Dormammu a queixar-se à irmã sobre de quem é que os pais gostavam mais) e principalmente, das expressões faciais a la Maguire, que por si só fazem valer a leitura.

Portanto, é mais um passatempo que uma história, mas serve para entreter, e, para quem se deliciou com as desventuras da Liga há muitos anos, para matar saudades da equipa...

Não é todos os dias que vemos a faceta mais... vulnerável de
um overlord transdimensional!