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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Popular Skullture

Tendo em conta o momento de Halloween, fica um apontamento breve sobre um dos símbolos da época, que são as caveiras; mais concretamente, falando num livrinho em que elas são as protagonistas: Popular Skullture, de Monte Beauchamp, editado pela Dark Horse.

O autor fala um pouco sobre o simbolismo da caveira - as suas conotações com a morte, por exemplo (embora não) só, e o poder da mesma na cultura popular (daí o trocadilho no título). Como o próprio diz, é um símbolo eficiente, que evoca assuntos sérios, embora possa ser utilizado também em contexto humorístico e de forma mais ligeira. 

Convém, contudo, não aligeirar a coisa demasiado - ele alerta-nos para a inadequação de usar este símbolo, por exemplo, para convites para eventos do género baptizado ou casamentos, ou anúncios de nascimento.

Ok, e agora digo eu: até seria giro ir a um casamento com motivos de esqueleto. Pelo menos para mim, seria uma mudança bem vinda.

Mas voltando ao livro, após a introdução, que até é interessante (também se foca, noutra parte, na cultura pulp da primeira metade do século XX, dos anos 30 aos anos 50, na origem da banda desenhada, interligada a essa cultura e ao advento dos mass market paperbacks). Isto tudo para explicar o meio onde outrora proliferaram os esqueléticos sorrisos. 
Também explica o declínio desse uso, essencialmente devido à cruzada anti-BD iniciada por Fredric Wertham, com o lançamento do seu The Seduction of the Innocent, e que levou ao "corte de pernas" dos comics, durante anos, e as suas repercussões nos meios "irmãos".

Depois desse bocado de história, entramos na parte mesmo boa: um mostruário de mais de uma centena e meia de capas dessas publicações. 

Um desfile de arte com o motivo da caveira, em livros, revistas e BD de terror, policiais e mesmo de histórias de espionagem e guerra. Arte para todos os gostos, caveiras estilizadas, bem desenhadas, mal desenhadas, em primeiro plano ou embutidas subtilmente na composição, muitas vezes com o resto do esqueleto acompanhante.

Mas sempre, sempre, pelo menos uma caveira (nem sempre evidente, como já disse).

É um livro que se atravessa num instante, mas que deixa uma impressão nostálgica. E até ensina umas coisitas. O que aprendi com este livro:

1) Os ilustradores daquela época tinham ou pouco jeito ou referências péssimas para desenhar crânios e esqueletos (suponho que teria dado jeito o Google para irem buscar umas imagens de referência);
2) Muitos achavam giro deixar uns dentes a menos (a sério, tantos deles) ou então desenhar os dentes como se fossem uma serrilha;
3) Por alguma razão, aranhas gigantes com uma caveira a servir de cabeça parecia-lhes uma boa ideia. Estou a lembrar-me de pelo menos três;
4) Alguns deles até tinham jeito para a coisa.

Assim, arte boa ou má (e temos os dois extremos), temos mais um mostruário de macabro, que nos remete para outros tempos. Uma sugestão para uns momentos engraçados...


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