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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

Viajaremos no tempo, caçaremos vampiros e lobisomens, enfrentaremos marcianos, viajaremos até à lua, conheceremos super-heróis e muito mais.

AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


terça-feira, 17 de março de 2015

Punisher - War Zone

À semelhança do Dracula 3000, mais um exemplo
de um cartaz melhor que o filme...

Há que ter pena de Frank Castle, o Punisher, também conhecido entre nós como "Justiceiro" ou "Vingador".

Não por causa de terem assassinado a sua família à frente dele. Bem, isso é bastante mau, mas há já lhe fizeram pior, nomeadamente, nesta adaptação ao cinema. Se é que lhe podemos chamar "cinema"...

O Punisher teve sempre um bocado de azar com as suas adaptações cinematográficas... Primeiro, aquela fita com o Dolph Lundgren, um filme de acção tipicamente "vamos esquecer os anos 80 mas não conseguimos e queremos muito estar nos anos 90". Depois, o filme "meh" com o Thomas Jane.

E agora... isto. Uma fita (uso o termo com mais que um significado) que mostra que, como o personagem é um herói (vá, anti-herói) da Marvel sem superpoderes, vai estar fadado a ter filmes fatelas de acção praticamente sem características individualizantes. Quer dizer, mudem os nomes aos personagens e o filme podia ser sobre qualquer vigilante. Mesmo os ícones do franchise, nomeadamente o Punisher e o Jigsaw podiam facilmente ser substituídos.

Não sou o maior fã do personagem, confesso, nem sigo de perto as suas desventuras. Mas o que li, normalmente mostrou-me um gajo durão, em histórias frequentemente providas de um humor negro muito próprio (nunca esquecerei a tirada "Primeira regra de um tiroteio numa morgue: esconder-se atrás do cadáver mais gordo" ou a prática de "Splat-Fu"), e que não se punha com rodeios, normalmente com antagonistas implacáveis.

Não era um tipo com cara de pau e ar de obstipado que tenta ser lamechas com a mulher e a filha de um infiltrado do FBI que matou por engano. Certo, o Punisher não é um tipo sorridente por natureza, mas já vi marionetas com mais personalidade que esta encarnação.

Look nº 1, usado a maior parte do filme...

...excepto na meia dúzia de cenas em que adopta o look nº2:
"Ai como eu sofro".

E o Jigsaw? O vilão a que os brasileiros chamaram, adequadamente (embora não seja a tradução exacta), "Retalho". Parecia mais o Joker (em termos de instabilidade psíquica) com um sotaque pseudo-italiano reminiscente de um gangster de desenhos animados.

Jigsaw: um dos maníaco-depressivos com ciclos mais rápidos
na história do cinema!


Enfim.

Nem vou entrar na qualidade das cenas de acção (ou melhor, na falta dela), nem no facto de parecer que praticamente toda a polícia de Nova Iorque anda atrás de Castle só para o soltarem e ajudarem de todas as vezes que o apanham.

A cena da revelação do rosto do Jigsaw é reminiscente de filmes como
"Darkman", do Sam Raimi. Mas não saiu tão bem...

Reconheço que o visual do protagonista até estava bem parecido com a sua versão desenhada, e a caracterízação do Jigsaw não estava má. E surpreendeu-me pela positiva o filme ter uma realizadora, que não é muito comum neste género. Mas infelizmente, ou não se esforçou, ou não sabia muito bem o que estava a fazer. Ou foi lixada, às vezes os produtores fazem isso.

Eu até gosto de filmes maus, como já disse muitas vezes. Mas volta e meia sai-me um que me faz amargar ter gasto dinheiro para ver. Felizmente, vi este na TV e só gastei uns cêntimos de electricidade. E quase 2 horas de vida. Bolas!

Pobre Punisher. Merecia um filme a sério.