Benvindos!


Bem-vindos!

Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

Viajaremos no tempo, caçaremos vampiros e lobisomens, enfrentaremos marcianos, viajaremos até à lua, conheceremos super-heróis e muito mais.

AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


sábado, 24 de janeiro de 2015

Demolidor - O Filme



Hoje em dia são lançados vários filmes sobre super-heróis todos os anos, especialmente retratando personagens da Marvel, uns com maior, outros com menor sucesso, mas habitualmente garantindo bastantes receitas de bilheteira.

Embora haja filmes de super-heróis deste universo anteriores, este fenómeno começou a evidenciar-se no final dos anos 90, com Blade, e quase a seguir com o primeiro filme dos X-Men, e passado algum tempo com o primeiro filme da trilogia Spider-Man de Sam Raimi.

Mas nem todos os filmes, como disse, se têm saído tão bem. Alguns ficam pelo caminho, como foi o caso deste... Tendo-o visto quando andou no cinema, fiquei um bocado desgostoso. Recentemente, adquiri o DVD em segunda mão numa feirinha de usados e resolvi revê-lo para tentar perceber porquê.

Então, o que se passa com o Demolidor?

Muita coisa.

A história é baseada nos arcos escritos por Frank Miller, o que à partida augurava boas coisas, dado que foi ele que escreveu alguns arcos clássicos do personagem, que o tornou inimigo do Rei do Crime (um inimigo tradicional do Homem-Aranha) e que criou Elektra, outra personagem fundamental na saga do herói.
O que correu mal? Em pouco mais de 90 minutos, para meter origem e ascenção do herói, encontro e romance com Elektra, confrontos com Bullseye e o próprio Kingpin (Rei do Crime), o resultado final foi uma história superficial e apressada.

Para além disso, o filme é apresentado com atmosfera de film noir, o que é à partida boa ideia, por múltiplas razões (entre as quais o protagonista ser cego) mas que não chega a funcionar tão bem como isso (pelo menos pareceu-me uma atmosfera forçada).

Ao contrário do que muitos possam dizer, não acho que este
cavalheiro fosse o problema maior com o filme...
...já este aqui, é outra história.

A actuação também parece forçada. Aqui muitos dirão logo, "Ah, pois, com o Ben Affleck" e tal e coisa. Pessoalmente, nem achei que fosse o pior (sim, sou um daqueles que não entrou em pânico com o anúncio que ele vai ser o próximo Batman no cinema); achei sim que o Colin Farrell era um Bullseye fingidamente instável (e continuo sem perceber se puseram o personagem irlandês só para fazer a vontade ao actor) e pouco convincente, a Jennifer Garner não conseguia transmitir a dureza da Elektra e o entretanto falecido Michael Clarke Duncan foi muito subaproveitado. Quando vi o filme no cinema há mais de 10 anos achei pura e simplesmente estranho ter um Kingpin negro (agora, com a tradição do Samuel Jackson como Nick Fury, nem piscaria os olhos), apenas pela mudança radical. E o fulano era um grande actor, basta ver o papel fantástico dele no The Green Mile. Só que ali, bem... Era só um gajo grande que fumava charuto e fazia umas ameaças, sendo o seu momento alto a cena de pancadaria com o Demolidor, o que nem chegou a ser um momento verdadeiramente alto.

O que nos leva a outra coisa que achei irritante. As cenas de pancadaria. Pareciam, principalmente no início do filme, meio humorísticas, pela teatralidade toda envolvida (especialmente a do Murdock em miúdo contra os rufias). Ao longo do filme pareceram aliviar um pouco e ficar menos más. A minha dúvida é se melhoraram ou eu me fui habituando...

Exemplo do tipo de cena que tirou a credibilidade ao filme.

Nem tudo é mau no filme, claro. Os fatos e look dos personagens era mais realista e menos "day-glow", o que acho sempre uma opção acertada, e foi um filme cheio de cameos/easter eggs. Além da clássica aparição de Stan Lee, tivemos uma brevíssima de Frank Miller (uma das vítimas do Bullseye) e de Kevin Smith (que também escreveu umas coisas com o personagem), para além de referências em todo o lado a artistas e escritores que contribuiram para o personagem (como o caso dos John Romita pai e filho, entre outros).

Dito isto, não é um filme terrivelmente mau, mas só serve quando temos hora e meia em que não sabemos mesmo em que havemos de gastar. A prova é que foi um dos poucos filmes da Marvel que não deu origem a sequelas/séries/crossovers, embora tenha gerado o spin-off "Elektra". Mas esse já é outro assunto...

O Kingpin. Uma oportunidade de brilhar desperdiçada.

Sem comentários:

Enviar um comentário