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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


terça-feira, 28 de outubro de 2014

Iron Man Noir

Na vertente multiverso da Marvel, foi criada a série "Noir", que conta com vários títulos que apresentam versões dos heróis reimaginados como personagens noir típicas de filmes e pulps dos anos 30-40,.

Iron Man Noir é uma dessas séries. Escrita por Scott Snyder (famoso pelo seu trabalho na DC Comics na série American Vampire, em histórias do Batman e recentemente também no relançamento do Swamp Thing) e ilustrada por Manuel Garcia, conta as peripécias de Anthony Stark, industrial e aventureiro, herdeiro do desaparecido herói Howard Stark, na década de 1930, durante a ascenção da Alemanha Nazi.

Tony tem uma lesão cardíaca e usa tecnologia repulsora (tal como a sua contraparte do universo principal, pelo menos numa versão mais anos 30) e procura uma fonte de energia que permita manter eficazmente o aparelho eléctrico que lhe mantém o coração a funcionar.

Durante uma expedição, Tony é traído pela sua companheira Gialetta Nefaria, que foge com uma máscara de Jade à qual o seu rosto fica colado num incêndio (tornando-se assim a versão deste universo da Madame Masque, embora nunca seja tratada por esse nome). Gialetta é na realidade aliada dos Nazis Heinrich Zemo e Wolfgang von Strucker e abandona Stark para morrer, após executarem Virgil Munsey, outro companheiro de aventuras de Tony (e que serve de cronista das suas aventuras).

Quando Tony se salva com a ajuda de Jim Rhodes, descobre que Nefaria deixou para trás, muito a propósito, informação sobre a localização da civilização perdida da Atlântida. Ora, para além da aventura apelar ao nosso herói, a Atlântida era repositório de um metal supercondutor e acumulador de energia, o mítico Orichalcum (ou Oricalco, em português).

Vendo uma hipótese não só de impedir o acesso dos Nazis a essa fonte de energia como também de resolver os seus problemas de coração (não no sentido romântico), Stark monta nova expedição, com o seu leal parceiro Jim Rhodes e acompanhado também de Pepper Potts (a sua nova cronista) e de Namor (que aqui é um pirata de um grupo que corta as orelhas para ficar com elas afiadas como a barbatana dorsal e possui uma embarcação lendária - Dorma - disfarçada de barco velho).

Os heróis encontram a Atlântida e o Oricalco, embora rapidamente se revele que tal foi uma armadilha montada pelos Nazis para localizarem mais rapidamente o metal (presente num tridente de Neptuno, que os Nazis roubam).

Stark e Rhodes envergam então duas armaduras de combate voadoras (análogas às de Iron Man e War Machine) e vão enfrentar os vilões. O plot twist aqui é a revelação que Zemo é na realidade Howard Stark, capturado pelos alemães e submetido a lavagem cerebral, com uma mistura de Zolpidem, Etanol, Metilcloreto e Ofentonil... ou ZEMO, de onde vem o nome.

Após o conflito final, em que derrotam o grupo de Nazis e resgatam Pepper, que fora feita prisioneira, Stark decide passar a usar os seus talentos e meios para ajudar a humanidade em vez de ter apenas aventuras para entretenimento.

Devo dizer que esta história me deixou sentimentos ambivalentes; por um lado está bem escrita e com alguns detalhes giros na adaptação, para além dos que já referi - por exemplo, "Happy Hogan", em vez do tradicional aliado de Tony Stark, é um submarino, e Jarvis é o seu mentor e ajudante oficinal em vez de um mordomo.
Por outro lado, sabe a pouco, e parece ter pouca história. Gostaria de ter visto mais Iron Man e menos Stark... Até porque as armaduras fazem lembrar, muito apropriadamente, versões blindadas e armadas do Rocketeer, outro herói que não destoaria neste ciclo de histórias.
A arte não é má, mas estando habituado a desenhos mais... sei lá? "Homem-de-Ferrescos"? como os de Salvador Larroca, no ciclo de Matt Fraction, estes pareciam um bocado orgânicos demais - até antiquados.

Em todo o caso, é um álbum de BD que vale a pena ver, quanto mais não seja para uma versão alternativa do "Cabeça de Lata" favorito de muita gente.


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