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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Edison's Conquest of Mars

Mais uma pérola que descobri por um grande acaso, durante as minhas deambulações pela net. E como apreciador destas curiosidades, rapidamente tive de localizar um exemplar e comprá-lo.

Não foi difícil, recorri à Amazon UK (algo que fazia frequentemente, até resolverem começar a roubar à descarada com os portes - pronto, finalmente disse mal às abertas) e lá estava ele.

De que trata então Edison's Conquest of Mars? Bem, como o título indica, é a conquista de Marte liderada pelo inventor americano Thomas Alva Edison (um dos meus ídolos de infância). Mas é mais que isso.

É, de certa forma, a primeira sequela de A Guerra dos Mundos de H.G. Wells. Bem, é e não é. Estou a ser contraditório? Nem por isso, mas passo a explicar.

O livro de Wells foi um sucesso em Inglaterra aquando da sua publicação em 1897, e não deixou de chamar a atenção dos "primos americanos". Aparentemente, já na época não eram capazes de ver uma obra de sucesso sem resolverem partir para um remake. Resultado: dado que as leis de direito de autor eram muito mais laxas (quando não eram inexistentes), toca a publicar, no ano seguinte, Fighters from Mars, creditado a um tal "H.C. Wells" e que não era mais que uma versão adaptada e reduzida da obra original.

Segue-se então a história titular (inicialmente serializada e só mais tarde publicada em livro), escrita pelo astrónomo e autor de divulgação e FC, Garrett P. Serviss (alegadamente, também o autor de Fighters from Mars).

Esta obra retrata o contra-ataque dos humanos, organizada por uma coligação internacional e liderada pelo inventor Edison. Assim, trata-se de uma "edisonade" no sentido mais literal. Para quem não sabe o que é isto, trata-se de um género literário (amiúde considerado sub-género de FC) que retrata, modo genérico, as aventuras de um inventor e suas invenções, e que deriva da imagem popular criada em torno de Edison e afins.

A história, pelos padrões de hoje, não é nada de transcendente - reúne-se uma frota de naves com um sistema propulsor antigravitacional à base de electricidade, e leva-se a luta aos marcianos.
Chega-se a Marte, explora-se o sítio, descobre-se que os malvados ETs já andavam a visitar a Terra há muito tempo, a raptar e escravizar humanos e até a construir pirâmides e a Esfinge. No fim, derrota estrondosa dos alienígenas inundando-lhes as cidades e forçando a paz. Tudo através do engenho e artes do Sr. Edison.

Nada de novo, então. 

Excepto que... na época em que foi escrito, até era. 
Esta novela é apontada como sendo o ponto de introdução, pela pena de Serviss, de uma série de conceitos que se tornaram comuns na literatura e cultura de FC e não só, alguns mesmo rondando o cliché: armas de raio desintegrador, fatos espaciais, raptos por extraterrestres, envolvimento de alienígenas na construção de monumentos misteriosos, entre outros.

Assim, é talvez pelo valor histórico que esta obra se realça mais. Não é de certeza pela caracterização dos marcianos - humanóides grotescos (que no entanto serviram de modelo à Esfinge) que pouco ou nada têm a ver com a versão tentacular de Wells.

Ah, e nunca é demais repetir - é uma aventura científica com o Thomas Edison como protagonista. Para empolgar o meu miúdo interior, é quanto basta!


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