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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


quarta-feira, 30 de abril de 2014

Carnival of Souls


E agora, meia dúzia de palavras sobre o filme que vi este fim-de-semana, Carnival of Souls (brilhantemente traduzido como "Circo das Almas"), de Herk Harvey.

Mary sai do rio.
Esta produção, datada de 1962, conta a história de Mary Henry, uma organista, que se vê envolvida num acidente de carro (numa corrida parva) em que o veículo cai de uma ponte e fica submerso num rio. Mary é a única que sai a andar do carro, mas após o resgate, começam-lhe a acontecer coisas estranhas.


Mary fica aparentemente embotada emocionalmente com o acidente; vai para outra cidade onde é contratada para tocar órgão numa igreja.
Entretanto, começa a ter visões com um sujeito cinzento (nunca se percebe muito bem se é um fantasma ou um zombie - mas percebe-se que é simplesmente um morto) que lhe aparece em vários sítios mas nunca ninguém mais o vê.

O Morto. Um tipo enervante.
Começa a ser atraída por um pavilhão abandonado, junto ao um lago, que vira numa viagem de carro, pavilhão esse que começara por ser um balneário, posteriormente salão de dança e finalmente uma feira popular ("carnival" em inglês), local ao qual o Morto parece estar ligado.

A vida nova de Mary como organista começa a deteriorar-se à medida que as visões se tornam mais frequentes; durante um acesso de visões em que fica em transe, vendo-se a ser perseguida pelo Morto (e vários outros da mesma espécie), começa a tocar uma sinistra música profana e é despedida da igreja; o seu relacionamento com o seu vizinho da frente (um engatatão de trazer por casa) também se torna mais desconexo.

Para agravar tudo, tem episódios (convenientemente assinalados com um ondular na imagem) em que todos os sons desaparecem (excepto sons ambientes muito específicos) e em que aparentemente ninguém a consegue ver nem ouvir.

A dada altura, o Morto começa a trazer o resto da turma.
Mary procura ajuda junto de um médico, o Dr. Samuels, que se disponibiliza para a ajudar (e a troco de nada!), mas de nada lhe vale.

Finalmente, as visões e o fenómeno de ficar invisível/inaudível tomam conta de Mary, que se dirige ao "carnival" abandonado, onde ocorre a sequência final do filme. A revelação final do filme é tão óbvia que nem me digno a colocar aqui o spoiler.



Carnival of Souls é claramente um filme série B: a história, embora engraçada, é por vezes um bocado desconchavada, as actuações são, na melhor das hipóteses, aceitáveis (a protagonista não estava mal, convenhamos, e apesar de tudo era uma personagem pouco frequente na época - leia-se, mulher independente). Mas tem que se reconhecer alguns aspectos que deram ao filme estatuto de culto. Nomeadamente, as sequências de transe/visões, que fazem lembrar filmes do David Lynch, e todo o ambiente do carnival e os Mortos estavam maioritariamente bem conseguidos, com caracterização simples mas eficaz. Nalgumas partes, o filme fez-me lembrar a velhinha Twilight Zone.

A edição que tenho do filme vem num DVD com duas versões - original a P&B ou versão remasterizada a cores. Optei pela segunda e não me arrependi. O colorido das cenas de visões dá um aspecto mais alucinado às mesmas.

O colorido da versão remasterizada é bastante decente...

...pena não terem podido remasterizar algumas actuações!

Ao contrário da minha expectativa inicial, acabou por ser hora e meia bem passada. Agora resta-me ver a versão a preto e branco para verificar se o efeito se mantém. Mas noutro dia...




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