Benvindos!


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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

Viajaremos no tempo, caçaremos vampiros e lobisomens, enfrentaremos marcianos, viajaremos até à lua, conheceremos super-heróis e muito mais.

AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


domingo, 30 de março de 2014

Star Trek - The Animated Series


A tripulação.


Star Trek é, gostem da série ou não, uma das maiores referências da FC em televisão (e noutros meios também, mas a TV foi onde o mito nasceu).

Criada por Gene Roddenberry, a série original teve três temporadas no final dos anos 60, até ser cancelada, pondo assim um fim abrupto à "Missão de cinco anos" da tripulação da mítica nave Enterprise.

Contudo, e a pedido de muitas famílias (ou pelo menos com o entusiasmo dos fãs), a série viu uma espécie de continuação num outro meio, em 1973. Mais concretamente, numa série de animação produzida pela Filmation sob a orientação de Roddenberry.
Assim, esta série, que embora se designasse unicamente "Star Trek" passou a ser chamada Star Trek - The Animated Series (ou ST-TAS) para a distinguir da série de imagem real, deu continuidade às aventuras da tripulação de James Kirk em mais 22 episódios com pouco mais de 20 minutos cada.

Contando com a maioria do elenco da série original (excepto Walter Koenig, que ainda assim colaborou escrevendo um episódio), a ST-TAS retomava a missão de exploração da mítica tripulação (excepto Chekov, por razões óbvias, e que foi "substituído" pelos personagens Arex e M'Ress) em histórias que não ficavam a dever à sua contraparte de imagem real.
Isto porque, não obstante alguns dos problemas tradicionais nas produções da Filmation (a maioria derivada de falta de fundos), esta série permitia, devido a tratar-se de animação, certas liberdades não exequíveis na série original - alienígenas mais credíveis (como o próprio Arex, um extraterrestre trípode e com três braços), cenários mais elaborados, cenas no espaço com múltiplas naves, e por aí fora.
Um dos pontos "fracos" era precisamente as vozes, dado que apesar de usarem o elenco original para dar voz aos personagens correspondentes, basicamente eram eles que faziam todas as vozes dos outros personagens, com algumas excepções em que entravam actores "de fora" (outra característica da Filmation).

Arex. Os três braços permitiam uns truques no que respeitava
a tocar instrumentos musicais.

M'Ress. Se eu disser que ela era uma gata, estou a fazer piadas
fáceis? Provavelmente.


A qualidade das histórias estava a par (ou até superava, por vezes) as da série de imagem real, contando com alguns talentos de renome da época na escrita, como Larry Niven e D.C. Fontana (autora de material da série original).
Contudo, por decisão de Roddenberry, a maioria do material foi considerado "oficioso", ou seja, sem repercussão no cânone para séries futuras. Alguns factos foram aproveitados, mas o regresso dos Tribbles, de Cyrano Jones ou Harry Mudd apenas existiram nessa série.
Apesar disso, a série introduziu alguns conceitos interessantes, como a "Rec Room", era basicamente um "Holodeck" como os que passaram a ser profusamente utilizados a partir da série "The Next Generation".

Alguns personagens da Original series reapareceram, tal
como Harry Mudd...
...e o não menos infame Cyrano Jones, com Tribbles atrás.


Não obstante ser considerada não-canónica, ST-TAS não deixa de ser uma série de FC com qualidade, ainda mais interessante por ser uma série de animação, e para fãs de Star Trek, uma oportunidade de acompanhar a tripulação original (e provavelmente a mais carismática, não desfazendo nas seguintes) em mais uma série de peripécias...

A USS Enterprise.




domingo, 23 de março de 2014

The Jedi Path - A Manual For Students Of The Force

The Jedi Path é um livro escrito por Daniel Wallace, o mesmo autor de Book of Sith.
Na realidade, The Jedi Path foi escrito primeiro, e os estilos são bastante semelhantes, embora se tratem de livros opostos.

Tal como no Book of Sith (a que vou passar a chamar BoS por comodidade), em The Jedi Path (ao qual passo a chamar TJP por preguiça), temos um manual lido por várias gerações e passado de mão em mão, anotado pelos leitores, até à destruição da biblioteca do Templo Jedi em Coruscant, altura em que caiu nas mãos do imperador Palpatine, AKA Darth Sidious.

Assim, Sidious é o penúltimo comentador (e censor, mas já lá vamos) do livro. O último comentador (e escritor da introdução) é o Luke Skywalker, que recuperou o livro após a queda de Sidious, um bocado à semelhança do que se passou com o BoS.

A estrutura é, naturalmente diferente. Enquanto BoS era uma compilação de vários textos escritos por autores diferentes em eras distintas e agregados um volume só, TJP é uma espécie de manual académico (com vários autores, é certo) escrito como livro único. Assim, o aspecto gráfico é mais uniforme e os apontamentos dos vários leitores surgem ao longo do livro todo e não apenas em determinadas secções.

Embora o aspecto dos vários livros compilados num volume fosse um dos aspectos interessantes do BoS, o TJP não sai prejudicado em termos de conteúdo, tendo apenas um aspecto mais uniforme.

Como no outro volume, o texto é essencialmente informativo e instrutivo, e muito baseado no expanded unuverse. Os comentários à margem estão adequados aos vários comentadores: Anakin demonstra impaciência em relação às tradições e protocolos da Ordem, Dooku revela arrogância, Qui-Gon mostra-se menos ortodoxo e Sidious critica ou troça dos ensinamentos contidos no livro.

Aliás, são esses pequenos detalhes que o tornam mais interessante e lhe dão o mesmo aspecto de documento perdido e posteriormente recuperado observado também em BoS. Por exemplo, a profecia sobre o Escolhido que ia trazer equilíbrio à Força foi censurada por Sidious; quando falam na história dos Sith, mais concretamente em Darth Bane, não falam da Regra de Dois, mas sim do "Fim dos Sith". Era a crença da Ordem, no fim de contas (e um dos motivos de troça de Sidious).

De resto, toda a informação é "suculenta", especialmente para fãs da saga. Algumas das minhas secções favoritas são sobre os poderes da Força, as classes de Jedi e as formas de combate de Sabre de Luz.

TJP tem também ilustrações impecáveis de variados autores que complementam os textos e cujos estilos variam um bocado com o tipo de texto, desde gravuras a pinturas passando por desenhos tipo esquema - por exemplo, nas secções de estilo de luta.

Tal como BoS, é uma leitura mais dirigida a fãs; leitores mais casuais não apreciarão o Manual a tantos níveis. Em todo o caso, é sempre uma leitura fácil e serve bem para entreter durante umas horas.