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quarta-feira, 27 de novembro de 2013

As Aventuras de Adèle Blanc-Sec: As Múmias do Faraó


O poster/capa do filme

 
 
Adèle Blanc-Sec é a heroína de uma série de álbuns de BD da autoria de Jacques Tardi; a série conta as aventuras de uma das poucas protagonistas femininas da banda desenhada europeia, escritora e jornalista de investigação que se vê envolvida numa série de tramas fantásticas com contexto histórico.


Pela mão de Luc Besson, realizador de vários filmes famosos, entre os quais O 5º Elemento e Léon, o Profissional, temos a adaptação da personagem ao grande ecrã.
 
O filme, situado em 1912, tem um tom ligeiro, de película de aventura e fantasia, denotando bem as suas origens da BD: a acção é rápida e contínua (o filme, de cerca de hora e meia, contém bastantes enredos entreligados), o tom é humorístico e os personagens são algo caricaturais, parecendo que ficariam bem à vontade em papel (como de resto não é infrequente em filmes franceses deste género).

 
 
A trama tem, então, múltiplas reviravoltas. Inicia-se com uma aventura no Egipto, um pouco à moda do Indiana Jones, em que Adèle saqueia um túmulo à procura de uma múmia muito especial. Nomeadamente, a múmia do médico do Faraó Ramsés II. Por que é que ela precisa dele? Porque será o único que pode ajudar a sua irmã, que está em estado vegetativo desde que tiveram um acidente aberrante uns anos antes enquanto jogavam ténis (ficando a irmã de Adèle com um alfinete de prender o cabelo a atravessar-lhe o crânio).
 

O Professor-Reanimador.
Um personagem caricato.
Posteriormente, e transportada a múmia para Paris, há que trazê-la de volta à vida. Para isso, Adèle conta com o Professor Espérandieu, que tem a habilidade especial de animar objectos (cadáveres incluídos). Contudo, dado que o Professor fez chocar, com os seus poderes, um ovo de pterodáctilo com 136 milhões de anos. O bicho semeia o terror em Paris, provocando baixas (nomeadamente o presidente da câmara e a amante), pelo que o cientista é condenado à morte; Adèle tenta ajudá-lo mas ele e o dinossauro, que partilham um elo vital, acabam por morrer quando o monstro pré-histórico é abatido.
Dieuleveut, arquétipo de vilão
que tenta despachar a nossa
heroína no início do filme
O Professor ainda reanima a múmia, mas infelizmente houve um equívoco; não se trata do médico do Faraó mas sim do seu físico nuclear (sim, é isso mesmo - como o próprio dizia, não sabia tratar ninguém, mas era muito bom com números).
O Inspector e o Caçador, dois pseudo-heróis
que só fazem estragos.
No entanto, nem tudo está perdido, já que, no seu estertor de morte, Espérandieu libertou uma onda psíquica que reanimou todos os mortos nas imediações. E, sorte das sortes, que exposição estava no Louvre? Exactamente, as múmias da corte de Ramsés II, médico incluído. Estes prestam-se a ajudá-la, e depois fogem para explorar Paris, assustando os transeuntes e tecendo considerações proféticas sobre como o Louvre ficaria muito melhor se tivesse uma pirâmide a ornamentá-lo.
 
No fim, Adèle consegue recuperar a irmã, antes de partir para umas merecidas férias, a fazer um cruzeiro num navio infame (pista: o ano era 1912), ficando a história em aberto... mesmo a jeito para uma merecida sequela.

Ramsés II e a sua corte. Não obstante o aspecto, são gente simpática
 
Besson faz um bom trabalho a criar um filme ligeiro, que se vê com agrado, e que, honestamente, deixa um gosto a pouco com o final quase abrupto - fica-se a querer mais, é um filme verdadeiramente simpático, e como mencionei atrás, parece mais banda desenhada em movimento do que um filme convencional.
O filme é, segundo consta, a primeira parte de uma trilogia. Só digo que espero que assim seja.


Uma heroína de acção - e mulher emancipada, algo raro no início do séc XX
 
 

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