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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

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AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


domingo, 27 de outubro de 2013

Edgar Allan Poe's The Conqueror Worm

"The Conqueror Worm" é um poema de Edgar Allan Poe, cujo texto (actualmente do domínio público) reproduzo de seguida:
    

      Lo! 'tis a gala night
       Within the lonesome latter years!
     An angel throng, bewinged, bedight
       In veils, and drowned in tears,
     Sit in a theatre, to see
       A play of hopes and fears,
     While the orchestra breathes fitfully
       The music of the spheres.

     Mimes, in the form of God on high,
       Mutter and mumble low,
     And hither and thither fly;
       Mere puppets they, who come and go
     At bidding of vast formless things
       That shift the scenery to and fro,
     Flapping from out their Condor wings
       Invisible Wo!

     That motley drama!—oh, be sure
       It shall not be forgot!
     With its Phantom chased forever more,
       By a crowd that seize it not,
     Through a circle that ever returneth in
       To the self-same spot,
     And much of Madness and more of Sin
       And Horror the soul of the plot.

     But see, amid the mimic rout,
       A crawling shape intrude!
     A blood-red thing that writhes from out
       The scenic solitude!
     It writhes!—it writhes!—with mortal pangs
       The mimes become its food,
     And the seraphs sob at vermin fangs
       In human gore imbued.

     Out—out are the lights—out all!
       And over each quivering form,
     The curtain, a funeral pall,
       Comes down with the rush of a storm,
     And the angels, all pallid and wan,
       Uprising, unveiling, affirm
     That the play is the tragedy, "Man,"
       And its hero the Conqueror Worm.

Como podem ter lido, e resumindo numa frase, trata de uma peça de teatro com fantoches cujos intervenientes acabam por ser devorados pelo Verme Conquistador, e é, segundo várias interpretações, uma alegoria ao triunfo da morte sobre tudo o que o Homem produz.

Richard Corben adaptou o poema a um pequeno conto em banda desenhada, publicada pela Dark Horse, BD essa muito apropriadamente intitulada Edgar Allan Poe's The Conqueror Worm.

Corben expande um pouco a história e introduz personagens concretos - um Coronel do século XIX, chamado pura e simplemente Mann, descobre que a esposa o andava a trair com o primo dele e mata ambos no deserto, visualisando-se ainda o seu criado morto (implicitamente morto também pelo coronel); este último cadáver está infestado de vermes estranhos, um dos quais morde o Coronel. No local está uma sujeita estranha, tocadora de flauta, e que tem traços de índia, cigana e negra (chamemos-lhe "afro-americana", mas numa época em que provavelmente ainda havia escravatura, ou em que fora recentemente abolida), bem como um fantoche que conversa com o Coronel.

O Coronel retorna a casa e conta à família e amigos a história da traição, omitindo os homicídios. Numa tentativa de se armar em forte, convida os familiares para assistirem a um espectáculo de fantoches providenciado pela flautista.

A peça recria os homicídios perpetrados pelo Coronel, que começa a ficar revoltado, e é interrompida pelos vermes estranhos, que devoram os actuadores enquanto os espectadores fogem, apenas para serem apanhados também, Mann incluído.

A BD é uma peça um bocado estranha, que consegue manter-se vaga em termos de localização no tempo e espaço, e não tão dada a análises como o material de origem, mas é um bom complemento ao poema de Poe. E tem a arte de Corben, que assenta sempre como uma luva neste género de história.



(NOTA: o texto do poema original foi extraído do site Project Gutemberg, e encontra-se inserido num conjunto de textos com a obra de Allan Poe em vários volumes)

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