Benvindos!


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Neste blogue iremos encontrar (ou reencontrar) pedaços da imaginação e criatividade humana nas mais diversas formas e feitios - Livros, Banda desenhada, Cinema, TV, Jogos, ou qualquer outro formato.

Viajaremos no tempo, caçaremos vampiros e lobisomens, enfrentaremos marcianos, viajaremos até à lua, conheceremos super-heróis e muito mais.

AVISO IMPORTANTE: pode conter spoilers e, em ocasiões especiais, nozes.


domingo, 10 de fevereiro de 2013

The Alien Invasion Survival Handbook

Suspeita, ou tem mesmo a certeza, de que é vítima de raptos por alienígenas cinzentos, cabeçudos, de enormes olhos esbugalhados e que além de mutilarem gado, fazem colonoscopias compulsivas?

Se sim, este é o guia para si.

Em The Alien Invasion Survival Handbook, aprendemos tudo o que precisávamos de saber sobre os infames Cinzentos que não nos deixam em paz.
Desde a sua fisiologia única, os seus poderes de electroparalisação (que podem ser anulados por determinadas músicas tocadas nas alturas num leitor de MP3- e sim, o livro tem a lista) até à melhor maneira de os incapacitar em luta corpo-a-corpo ou armado e de calcular a sua aproximação ao minuto.

E mais ainda, somos presenteados com valiosas indicações de como encontrar e destruir um implante, de como (tentar) tentar sobreviver a uma queda a partir de um disco voador nas alturas ou mesmo a uma expulsão para o vácuo (pelo menos, nos segundos antes de ficarmos inconscientes). Sempre acompanhado de avisos para não tentar fazer isso em casa, claro. Afinal, saltar para o vácuo é perigoso, mas pode haver quem não o saiba.

Finalmente, somos ensinados a sobreviver a uma invasão alienígena em larga escala, a montar armadilhas mortais (eficientes, devo acrescentar, também se usadas contra animais ou humanos, por isso não as montem em casa!).
O autor conclui ainda com um casebook de registos "perdidos" que mostram a presença dos alienígenas ao longo da história, e como foram prontamente despachados por heróis locais (a maior parte das vezes, sem saberem com quem se estavam a meter...).

Este livro, da autoria de W.H. Mumfrey, surge na tradição de uma série de manuais de sobrevivência tais como Zombie Survival Guide de Max Brooks ou How to Survive a Robot Uprising de Daniel Wilson, e tal como esses títulos, combina elementos de ficção científica, mitologia (pelo menos, se considerarmos os Cinzentos e fenómenos OVNI associados como uma forma de mitologia moderna - caso contrário, se preferirem, chamem-lhe UFO lore, ou algo assim) com alguma ciência, pragmatismo e, não menos importante, algum humor.

De facto, embora alegando que todo o seu conteúdo é verídico, o livro é escrito com bastante humor, patente, por exemplo, ao revelar o segredo do uso das armas de fogo ("The secret to successfully shooting aliens is quite simple: you find them, and you shoot them") ou a importância de improvisar armas com as pequenas coisas do dia-a-dia, que se podem encontrar, por exemplo, em qualquer cozinha ("Imagine the damage that could be inflicted with skewers, a handheld electric blender, or that toxic green substance at the back of the fridge that you've refused to even look at for the past six months. The possibilities are endless.")

Uma leitura mandatória para todos aqueles que queiram combater eficientemente os invasores alienígenas que andam pela calada da noite...

Renascimento

Paris, no futuro. Uma cidade em que todos os movimentos são vigiados e gravados, e em que a beleza e juventude se tornam produtos de consumo.
O capitão Karas, da polícia, investiga o desaparecimento misterioso de uma jovem cientista, aparentemente raptada quando se dirigia para um turno de serviço na empresa Avalon.
A empresa em questão efectua pesquisa genética, e a desaparecida era uma das principais investigadoras na área do tratamento da progeria (uma doença - real - que provoca envelhecimento e morte prematura).
Pelo caminho, Karas encontra vários personagens que nem sempre são o que parecem, desde o Dr. Muller - mentor da jovem desaparecida - à irmã da cientista (com quem se envolve), passando pelo algo sinistro Mr. Dillenbach, director da Avalon. Além disso, o rapto é só a ponta do icebergue, acabando por desvendar algo muito mais avassalador do que a simples pesquisa contra uma doença.
E não consegue um final particularmente feliz...

Trata-se de um filme de animação de produção francesa, embora falado em inglês (pelo menos na versão que eu tenho, contando com algumas vozes conhecidas, como Daniel Craig e Ian Holm) e que captura o feel de filmes policiais tipo "film noir", neste caso em contexto de ficção científica, com um cheirinho a Blade Runner. E é no aspecto gráfico que este filme se salienta. A história, sem deixar de ser interessante, não é particularmente revolucionária, cumprindo decentemente o seu papel. Mas é mesmo o aspecto visual que chama a atenção.
Trata-se de animação de computador com captura de movimentos dos actores, traduzindo-se depois num aspecto visual a preto e branco quase sem tons de cinzento e apenas com notas de cor em 2 cenas; o grafismo é reminiscente de banda desenhada, neste caso particular assemelhando-se ao estilo de Frank Miller na sua série Sin City. Os personagens estão muito bem conseguidos, e a captura de movimento dá-lhes um aspecto realista, os elementos de cenário conseguem um bom contraste entre antigo e novo, aspecto patente principalmente na combinação de elementos clássicos na cidade com elementos futuristas (por exemplo, bairros antigos decorados com hologramas). Numa nota curiosa, o Citroën de Karas foi mesmo desenhado pela fabricante francesa de automóveis.
Assim, o ambiente torna-se quase um personagem, tão importante como o próprio protagonista da história.

Um filme pouco conhecido e que vale a pena descobrir.